quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Lamentamos que a votação da CPMF tenha sido politizada, diz José Múcio

da Agência Brasil
da Folha Online

O ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) lamentou nesta quinta-feira a derrota do governo federal no Senado durante a votação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), mas afirmou ter recebido a notícia com "serenidade".

"Lamentamos profundamente que a questão tenha sido politizada. Houve uma separação se era vitória do governo ou da oposição, esquecendo-se do tamanho da sociedade brasileira que tinha benefícios que eram atendidos pela CPMF", afirmou.

José Múcio disse que, agora, cada um terá de arcar com suas responsabilidade. "Evidentemente que todos vão ter que arcar com a responsabilidade, com o voto de cada um. O governo também com a sua parte. Vamos procurar as soluções. Saber aonde vamos ter que promover os cortes. Isso atingirá Estados e municípios, mas temos a absoluta tranqüilidade de que o governo terá que procurar novos caminhos para que esses brasileiros não fiquem desassistidos."

O governo federal estimava arrecadar R$ 40 bilhões com a CPMF em 2008. Segundo o ministro, o governo tirou lições importantes dessa derrota. "Primeiro, precisamos estreitar as nossas relações com o Senado. Precisamos ser mais parceiros dessa queda de braço. É ruim para o país, para o governo, para o Legislativo. Segundo, a necessidade de se ter uma reforma tributária, para que essas coisas periódicas ou transitórias não nos promovam a surpresa que nos promoveram essa noite."

José Múcio afirmou ainda que o governo tem a "consciência tranqüila" de ter tentado dialogar com a oposição e a base aliada nos últimos dias. "Tentamos o acordo, mas de repente nos deparamos mais com uma disputa política do que com a procura de um caminho que apontasse para um benefício para a sociedade."

O ministro também comentou que manteve contato até a meia-noite com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Ele estava absolutamente sereno e, democrata como é, absorverá com tranqüilidade o resultado do Senado."

Plenário

Na madrugada desta quinta-feira, após mais de sete horas de sessão, o Senado rejeitou a prorrogação da arrecadação da CPMF até 2011. Foram 45 favoráveis ao imposto contra 34. Agora, o tributo vale só até o próximo dia 31.

A oposição contou com o apoio de senadores da base aliada para conseguir derrotar a proposta de prorrogação da CPMF no plenário do Senado.

O governo foi derrotado com uma diferença de quatro votos, já que precisava do apoio de 49 senadores para garantir a vigência do "imposto do cheque" até 2011. Apesar do governo enviar ao Senado propostas para flexibilizar a cobrança da CPMF, os líderes da base aliada não conseguiram convencer os governistas "dissidentes" a votarem favoravelmente à matéria.

Em contrapartida, os 13 senadores do PSDB votaram unidos contra a prorrogação da CPMF, apesar da pressão de governadores tucanos para que aprovassem a manutenção do "imposto do cheque".

Fonte: Folha Online

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u354517.shtml

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