O ministro José Múcio Moteiro (Relações Institucionais) admitiu hoje que o placar favorável à (proposta de emenda constitnucional) que prorroga a cobrança da CPMF está apertado. A proposta tramita no Senado, onde precisa ser analisada em dois turnos --com 49 votos favoráveis em cada um-- para passar.
Múcio disse que espera colocar a proposta em votação quando a tiver a certeza de pelo menos 53 votos favoráveis. "A margem é muito pequena, de um lado e de outro. Na Câmara, nunca fiz contagem de um voto, dois votos. Sobre a data, o senador [Romero] Jucá [líder do governo no Senado] é quem vai dar o sinal verde. É uma vitória, para ambos os lados, com uma margem pequena [de votos]", afirmou o ministro.
A estratégia do governo é procurar, em especial, os três senadores que deixaram o DEM no início de setembro: César Borges (PR-BA), Edison Lobão (PMDB-MA) e Romeu Tuma (PTB-SP). Os parlamentares temem retaliações do ex-partido caso votem a favor da prorrogação da CPMF, motivo que preocupa o Planalto --já que a legenda poderá requerer na Justiça a devolução do mandato deles por infidelidade partidária.
Múcio admitiu que os três senadores temem retaliações do partido, mas disse estar disposto a conquistar votos pró-CPMF. "O prazo [para pedir o mandato de volta] já terminou, mas ninguém pode controlar o Ministério Público, que pode pedir [os mandatos]", afirmou.
O ministro também pretende se reunir, esta semana, com a bancada do Rio Grande do Sul no Senado em busca de votos para o "imposto do cheque". O governo batalha, em especial, para convencer o senador Pedro Simon (PMDB-RS) a votar favoravelmente à matéria --embora tenha sinais de que poderá acompanhar a oposição contra a CPMF.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u350912.shtml
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