quinta-feira, 29 de novembro de 2007

PDT fecha questão a favor da prorrogação da CPMF

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

A Executiva nacional do PDT decidiu nesta quarta-feira fechar questão a favor da prorrogação da cobrança da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.

A bancada do partido no Senado é composta por cinco senadores: Patrícia Saboya (CE), Jefferson Péres (AM), Cristovam Buarque (DF), João Durval (BA) e Osmar Dias (PR). A decisão do PDT ocorreu em uma reunião comandada pelo ministro Carlos Lupi (Trabalho).

A Folha Online apurou que o argumento que teria convencido os senadores seria a garantia que a educação terá mais cerca de R$ 7,7 bilhões ao longo dos próximos três anos. A promessa foi transmitida aos cinco senadores e 25 deputados do PDT por intermédio de Lupi.

A líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), afirmou que, pelo cálculo atual, a educação perde recursos porque o repasse é feito com base em 80% do total da arrecadação. A idéia é autorizar que o repasse seja concedido a partir do total integral, sem exceção. "Como sou da área de educação, estou comemorando mais essa vitória", afirmou.

Porém, os pedetistas querem conhecer os detalhes da modificação que o governo promete executar, caso a CPMF seja prorrogada até 2011. De acordo com os senadores, ainda nesta quarta-feira o ministro Guido Mantega (Fazenda) deve conversar com a bancada do PDT no Senado para detalhar a proposta.

Ao longo das discussões sobre a aprovação da CPMF na Câmara, os deputados do PDT apoiaram a prorrogação da cobrança --a exceção foi Barbosa Neto (PDT-PR). No Senado, a bancada inicialmente disse ser favorável, depois mostrou-se dividida e agora oficializou que vai votar pela aprovação.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u349478.shtml

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Oposição encerra obstrução e PEC da CPMF começa a tramitar no Senado

27/11/2007 - 20h04

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A oposição cumpriu a promessa e encerrou nesta terça-feira a obstrução às votações no plenário do Senado. Isso deu início à tramitação da PEC (proposta de emenda constitucional) que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011.

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), fez a leitura da PEC no plenário --o que automaticamente abriu o prazo de cinco sessões deliberativas (com votações) para que a matéria seja discutida pelos parlamentares.

Antes de ser colocada em votação, no entanto, a PEC terá que retornar para nova análise da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) caso receba emendas no plenário. DEM e PSDB já prometeram apresentar nesta quarta-feira 11 emendas ao texto.

Ao retornar à CCJ, o relator Romero Jucá (PMDB-RR) terá 15 dias para apresentar um parecer sobre a PEC. No total, o texto poderá ficar por 30 dias em tramitação na CCJ.

Depois de três semanas com a pauta do plenário trancada por duas medidas provisórias, a oposição desistiu de obstruir as votações --para que a CPMF começasse a tramitar no plenário-- porque considera que o governo não terá os 49 votos necessários para a aprovação da PEC. Juntos, DEM e PSDB calculam reunir pelo menos 33 votos contrários à matéria para inviabilizar sua aprovação.

Os governistas, por outro lado, garantem que vão conseguir reunir os 49 votos até o momento da votação em primeiro turno --que deve ocorrer entre o dia 14 e 18 de dezembro.

"É difícil contabilizar votos, saber um número preciso. Eu acho possível se chegar a 50 votos dentro dos 81 senadores", avaliou o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO).

A votação em segundo turno, no entanto, está prevista para ocorrer na semana entre o Natal e o Ano Novo --período de esvaziamento da Casa Legislativa, o que anima a oposição.

Ritmo

Com a relatoria da CPMF nas mãos de Jucá, o governo poderá agora retardar ou acelerar a tramitação da matéria na CCJ se perceber que não possui os 49 votos para a sua aprovação no plenário. A oposição, que inicialmente defendia o atraso na tramitação, agora já fala que os governistas terão que retardar a votação no plenário diante do grande número de dissidências à CPMF.

Como a vigência do "imposto do cheque" termina no dia 31 de dezembro, DEM e PSDB avaliam que os governistas acabarão tendo que adiar a votação para o ano que vem sem o número de votos necessários --o que prejudica diretamente a arrecadação prevista pelo imposto.

"Vamos seguir o calendário oferecido pelo regimento do Senado. Agora, o governo é que vai querer retardar a tramitação da CPMF porque percebeu que não tem votos para a sua aprovação", disse o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN).

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u349205.shtml

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Lula vai ampliar diálogo com senadores do PMDB para aprovar CPMF

26/11/2007 - 20h13

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu intensificar o diálogo com senadores em busca de votos para a prorrogação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) depois de ouvir reclamações em série de aliados sobre as dificuldades para o diálogo direto com o petista. A Folha Online apurou que o principal foco de irritação está no PMDB --partido com a maior bancada do Senado e considerado como fundamental para que a prorrogação da contribuição seja aprovada.

O líder do partido no Senado, Valdir Raupp (RO), admitiu que o presidente terá que fazer um corpo-a-corpo para garantir a aprovação da CPMF. "É importante o presidente da República conversar com alguns senadores. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) fazia muito isso", afirmou.

Questionado se o presidente Lula tinha como hábito manter conversas com os parlamentares, Raupp respondeu que não. O líder chegou a citar o exemplo do senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE) --um dos peemedebistas contrários à prorrogação da CPMF que tentou por mais de seis meses marcar uma audiência com o presidente Lula sem sucesso.

Outros peemedebistas ouvidos pela Folha Online também reclamaram do fato de Lula não ter reunido a bancada do Senado, até hoje, para um prometido jantar. Desde a rebelião dos chamados "franciscanos" do partido contra o governo, Lula havia se comprometido em reunir a bancada para aproximar-se dos senadores, o que até hoje não ocorreu.

A oposição também acusa o governo da falta de diálogo. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), disse que o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) não procurou os tucanos nenhuma vez para negociar matérias de interesse do próprio Executivo --prática que Virgílio defende que seja comum para o articulador político do governo.

Reforma tributária

A bancada do PMDB também ficou irritada com o recuo do presidente Lula na promessa de enviar uma proposta de reforma tributária ao Congresso até o dia 30 de novembro. O senador Valter Pereira (PMDB-MS), que já cogitava votar pela prorrogação da contribuição, disse que agora está em dúvidas porque o governo não manteve a palavra firmada com o partido.

"O governo recuou, eu também recuei. Vou sustentar que o partido não pode acompanhar o governo com o acordo descumprido. Um projeto de reforma tributária vai para a Câmara, portanto não existe isso de que poderia tumultuar a discussão da CPMF", afirmou Pereira.

O peemedebista disse que, durante reunião da coordenação política do governo na semana passada, deixou clara a sua insatisfação sobre o recuo na reforma tributária. O senador ficou irritado ao saber que a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC), havia afirmado que ele não se manifestou sobre o assunto durante a reunião com o presidente Lula.

"Eu coloquei isso explicitamente no momento em que o presidente Lula estava falando. Talvez a senadora não tenha me visto nem me ouvido", ironizou.

fONTE: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u348867.shtml

domingo, 25 de novembro de 2007

Lula quer CPMF permanente na reforma tributária

25/11/2007


Em um esforço para tentar retomar o diálogo com o PSDB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou o ministro Guido Mantega (Fazenda) e articuladores políticos do governo no Senado a convidar os tucanos para discutir o projeto de reforma tributária que o Executivo pretende enviar ao Congresso em breve.

A idéia é tentar trocar a aprovação da prorrogação da CPMF até 2011 pela redução significativa ou completa de um ou mais tributos num amplo acordo de reforma tributária. Mais: nessa operação, a CPMF poderia virar imposto permanente, com alíquota menor, caso haja mesmo um acordo em torno da reforma tributária.

O governo argumenta que o imposto do cheque, mesmo que venha a ter reduzida gradativamente a alíquota de 0,38% para 0,30%, é um tributo fundamental para o fechamento das contas públicas e o financiamento da Saúde e de programas sociais.

Nesse contexto, uma CPMF permanente interessaria ao PSDB, que tem dois presidenciáveis na praça, os governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). Faz sentido discutir uma reforma tributária que trocasse a confirmação em definitivo da CPMF como tributo em troca da redução ou extinção de outros.

Com razão, senadores e dirigentes do PSDB desconfiam que esse novo aceno de Lula seja abandonado depois de prorrogada a CPMF, já que o governo petista promete se empenhar por uma reforma tributária desde o primeiro mandato.

Se for apenas um factóide para prorrogar a CPMF, o resultado será o fortalecimento da ala do PSDB que bombardeia tentativas de diálogos e acordos entre tucanos e petistas.

Virado para a Lua

No governo FHC, as crises externas contribuíram para minar o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Lula seria tão sortudo que, no seu caso, elas poderiam ajudar a resolver problemas. No mercado financeiro, tem gente que acha que a incerteza na economia americana está tão grande que talvez o governo nem precise fazer nada para o dólar voltar ao patamar de R$ 2,00.

Pura provocação

Ao ver no noticiário que o temor de Lula buscar um terceiro mandato seguido marcou o congresso do PSDB em Brasília, petistas criaram um slogan, em tom de brincadeira: "Se o segundo é melhor do que o primeiro, imagina o terceiro [mandato]".
Kennedy Alencar, 39, é colunista da Folha Online e repórter especial da Folha em Brasília. Escreve para Pensata às sextas e para a coluna Brasília Online, sobre os bastidores da política federal, aos domingos.

E-mail: kalencar@folhasp.com.br

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/brasiliaonline/ult2307u348200.shtml

sábado, 17 de novembro de 2007

CPMF SERÁ APROVADO, SEGUNDO HÉLIO FERNANDES:

Jucá, Mantega e Mares Guia

Altamente incompetentes, estão com os cargos ameaçados. Se a CPMF não for aprovada, serão reprovados.

Tentando fingir preocupação, porta-vozes do Planalto-Alvorada (os amestrados de sempre) espalham: "Podemos perder a votação da prorrogação da CPMF. Temos 53 votos, mas pelo menos 5 dessa base partidária estarão contra o governo". Pode até ser verdade, nesse caso, o Planalto-Alvorada ficaria SÓ com 48 votos. Mas e os 4 ou 5 certos, c-e-r- t-í-s-s-i-m-o-s no PSDB? E 1 ou 2 do DEM, que todos escondem para enganar que PSDB e DEM não brigam?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Com isenção, assalariado ganha R$ 132

14/11/2007 - 08h33

MARCOS CÉZARI
da Folha de S.Paulo

A isenção da CPMF para os assalariados que ganham até R$ 2.894, se for aprovada, trará ganho de R$ 132,08 em 2008, no máximo. Isso porque, para esses trabalhadores, haveria redução da contribuição paga ao INSS até o limite daquele valor para compensar a CPMF.

Hoje, são isentos os salários até R$ 1.140 por mês. A isenção é feita através das alíquotas usadas para calcular a contribuição ao INSS --a de 8% cai para 7,65; a de 9%, para 8,65%.

Com base nessa sistemática, a atual alíquota de 11% seria reduzida para 10,65% (ou um percentual próximo) no caso dos ganhos até R$ 2.894 --valor correspondente ao teto da contribuição ao INSS, que é de R$ 2.894,28. Assim, o valor da contribuição máxima cairia de R$ 318,37 para R$ 308,21. A redução mensal seria de R$ 10,16, ou R$ 132,08 por ano, considerando o pagamento do 13º salário.

Para trabalhadores com renda até R$ 1.140, nada mudaria, pois eles já são isentos. Acima desse valor e até R$ 2.894 o ganho mensal seria crescente, até o máximo de R$ 10,16 --quem recebe R$ 2.500 pagaria menos R$ 8,75 por mês.

Pela proposta do governo, a alíquota da CPMF seria reduzida gradualmente até 2011. Em 2008, seria cobrado 0,36%. Isso representaria um ganho para os trabalhadores ao sacar o dinheiro. Para entender esse ganho, bastam dois exemplos: para uma conta com movimento de R$ 10 mil, o ganho seria de R$ 2 (de R$ 38 para R$ 36); para uma conta que movimente R$ 100 mil, o ganho seria de R$ 20 (de R$ 380 para R$ 360).

A redução da alíquota proposta pelo governo diminuiria a arrecadação da contribuição nos próximos anos. Segundo cálculos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), no próximo ano o governo perderia cerca de R$ 2 bilhões --com o 0,38% de hoje, a receita prevista seria de R$ 38,5 bilhões; com 0,36%, cairia para R$ 36,5 bilhões.

Com a redução gradual, o IBPT estima as seguintes receitas: R$ 38,6 bilhões em 2009 (com 0,38%, seriam R$ 43,2 bilhões); R$ 39,9 bilhões em 2010 (R$ 47,4 bilhões) e R$ 40,9 bilhões em 2011 (R$ 51,9 bilhões).

Segundo o advogado Gilberto Luiz do Amaral, presidente do IBPT, as empresas do comércio seriam as mais beneficiadas com as reduções da alíquota, pois recebem e fazem mais pagamentos em dinheiro.

Segundo o IBPT, a CPMF eleva os preços finais dos produtos em 1,7%, em média.

Fonte: Folha Uol
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u345492.shtml

Lula parabeniza Adib Jatene por defesa de tributo

15/11/2007 - 08h37

da Folha de S, Paulo, em Brasília

O presidente Lula cumprimentou ontem Adib Jatene pela discussão que o ex-ministro da Saúde travou com o presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf, a respeito da CPMF.

Lula disse que "tem uma pessoa que merece os parabéns. É o Adib Jatene, pelo que ele fez com o Paulo Skaf em São Paulo". Foi aplaudido pela platéia de sindicalistas, autoridades e militantes da área de saúde na abertura da 13ª Conferência de Saúde, que discute diretrizes para o Sistema Único de Saúde.

Em jantar na segunda-feira, Jatene disse ao presidente da Fiesp: "No dia em que a riqueza e a herança forem taxadas, nós concordamos com o fim da CPMF. Enquanto vocês não toparem, não concordamos. Os ricos não pagam imposto e por isso o Brasil é tão desigual. Têm que pagar! Os ricos têm que pagar para distribuir renda".

O público só vaiou Lula após ele dizer que pobre não paga a contribuição --"CPMF é coisa de rico".

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), acabou levando uma bronca, em tom de brincadeira. Ele conversava paralelamente à fala de Lula, repleto de números sobre o atendimento à saúde. "Presta atenção porque você precisará desses números para fazer discurso em defesa da saúde."

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u345843.shtml

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Governo admite que ainda não tem votos para CPMF (Blog do Josias)

14/11/2007 - 03h34

da Folha Online

O Planalto contabiliza em 45 os senadores supostamente comprometidos com a renovação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), informa o Blog do Josias. O próprio líder do governo Romero Jucá (PMDB-RR) deixou escapar o número num diálogo que manteve no Senado nesta terça-feira (13).

No instante em que o cumprimentava pela aprovação da prorrogação na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), uma senadora perguntou-lhe se o governo já estava preparado para o "round" seguinte, no plenário do Senado. "Só temos 45 votos", ele respondeu. Leia mais sobre o assunto no Blog do Josias.

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u345458.shtml

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Governo aprova CPMF na CCJ depois de trocar rebeldes e propor alíquota menor

11/2007 - 21h42

GABRIELA GUERREIRO
RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

Após uma série de manobras, a base governista conseguiu aprovar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado o texto paralelo do líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), que defende a prorrogação da cobrança da CPMF até 2011. A proposta segue agora para o plenário da Casa.

O relatório paralelo foi aprovado com 12 votos favoráveis e nove contrários. O texto da relatora Kátia Abreu (DEM-TO), que defendia a extinção da CPMF foi derrotado dentro da comissão.

O governo ainda precisa aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) no plenário do Senado, onde são necessários o mínimo de 49 votos favoráveis em dois turnos de votação. A expectativa do governo é concluir a votação da PEC até o dia 18 de dezembro.

Para conseguir essa vitória na CCJ, o Planalto colocou em ação os ministros Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e Guido Mantega (Fazenda), que receberam sinal verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para negociar um acordo com os senadores do PMDB e PDT. Os dois ministros fecharam um acordo com os senadores aliados numa reunião realizada hoje de manhã. O acordo prevê a redução da alíquota da CPMF já a partir de 2008, isenção para assalariados que ganham até R$ 2.894, limite para os gastos com o funcionalismo público e envio da reforma tributária.

Mantega disse que todos os lados tiveram de ceder um pouco para haver um acordo. "Cada um de nós cedeu um pouco. É claro que a base queria reduções maiores de alíquotas, mas nós temos limitações orçamentárias."

Combinado a esse acordo, a tropa governista colocou em prática a estratégia de substituir os senadores da base tidos como "rebeldes" ou "indecisos". Hoje, foram substituídos Pedro Simon (PMDB-RS) e Gilvam Borges (PMDB-AP). Ontem, a líder Ideli Salvatti (PT-SC) substituiu Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) por ela mesma.

Simon foi substituído pelo líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO). Borges foi trocado pela senadora Roseana Sarney (PMDB-MA). Com a mudança, o único voto da bancada do PMDB contrário à CPMF foi o do senador Jarbas Vasconcelos (PE). O senador Valter Pereira (PMDB-MS), que também era dúvida na votação, votou no texto de Jucá.

Proposta do governo

Pela proposta apresentada hoje, a alíquota de 0,38% sofreria uma redução anual de 0,02 ponto percentual até chegar a 0,30% em 2011. Dessa forma, ela seria de 0,36% em 2008, de 0,34% em 2009, de 0,32% em 2010, e de 0,30% em 2011.

Além disso, trabalhadores da iniciativa privada com salário mensal de até R$ 2.894 seriam isentos da CPMF. O abatimento se daria por meio da redução da alíquota de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O governo também incluiu na proposta um limitador para os gastos com funcionários públicos de 2,5% ao ano mais a variação da inflação. Mantega também se comprometeu a enviar uma proposta de reforma tributária ao Congresso até o final deste mês.

Mantega sinalizou que essa é a proposta final do governo, que não deve fazer novas concessões para aprovar a CPMF. "Nós chegamos ao limite da negociação. Para cedermos mais, teremos de desfigurar a proposta orçamentária e reduzir investimentos do governo."

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u345350.shtml

CCJ do Senado rejeita parecer contrário à prorrogação da CPMF

13/11/2007 - 21h33

RENATA GIRALDI
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado rejeitou nesta terça-feira o relatório da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), que defendia a extinção da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Os senadores votam ainda hoje o texto paralelo de Romero Jucá (PMDB-RR), que defende a prorrogação da cobrança até 2011.

Ontem, integrantes da CCJ pediram vista coletiva ao relatório de Kátia Abreu e Jucá apresentou voto em separado à matéria pedindo a prorrogação do chamado "imposto do cheque". O governo ainda precisa aprovar a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) no plenário do Senado, onde precisa de 49 votos favoráveis em dois turnos de votação. A expectativa do governo é concluir a votação da PEC até o dia 18 de dezembro.

Nesta terça-feira, governo e aliados fecharam um acordo para aprovar a prorrogação da CPMF. A proposta prevê a redução da alíquota da CPMF já a partir de 2008, isenção para assalariados que ganham até R$ 2.894, limite para os gastos com o funcionalismo público e envio de uma proposta de reforma tributária.

"A base está coesa e confiante nos 49 votos no plenário", disse Jucá após encontro com os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Walfrido dos Mares Guia (Relações Institucionais) e líderes da base aliada na Casa.

Mantega disse que todos os lados tiveram de ceder um pouco para haver um acordo. "Cada um de nós cedeu um pouco. É claro que a base queria reduções maiores de alíquotas, mas nós temos limitações orçamentárias."

Pela proposta apresentada hoje, a alíquota de 0,38% sofreria uma redução anual de 0,02 ponto percentual até chegar a 0,30% em 2011. Dessa forma, ela seria de 0,36% em 2008, de 0,34% em 2009, de 0,32% em 2010, e de 0,30% em 2011.

Além disso, trabalhadores da iniciativa privada com salário mensal de até R$ 2.894 seriam isentos da CPMF. O abatimento se daria por meio da redução da alíquota de contribuição ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

O governo também incluiu na proposta um limitador para os gastos com funcionários públicos de 2,5% ao ano mais a variação da inflação. Mantega também se comprometeu a enviar uma proposta de reforma tributária ao Congresso até o final deste mês.

Segundo o ministro, essa proposta permitirá que o governo aprove a prorrogação da cobrança da CPMF até 2011 sem os votos do PSDB ou do DEM --que prometem votar contra a proposta.

Mantega sinalizou que essa é a proposta final do governo, que não deve fazer novas concessões para aprovar a CPMF. "Nós chegamos ao limite da negociação. Para cedermos mais, teremos de desfigurar a proposta orçamentária e reduzir investimentos do governo."

Rebeldes

Senadores indecisos, independentes e que não haviam declarado voto indicaram que devem aceitar a prorrogação da CPMF após a nova proposta do governo.

O PDT ainda não fechou questão, mas o senador Osmar Dias (PDT-PR) disse que a tendência é de a legenda aceitar a proposta e votar unido a favor da CPMF.

Outro "rebelde", o senador Valter Pereira (PMDB-MS), afirmou que a proposta "abriu o caminho para uma extinção futura da CPMF".

Jefferson Péres (PDT-AM) --que apesar de integrar a base é considerado independente e pertencente ao grupo dos "éticos"-- disse que aceita votar a favor da CPMF.

O governo reforçou a busca de um acordo com os partidos aliados depois do fracasso das negociações com o PSDB. A proposta oferecida aos tucanos previa uma isenção maior de CPMF: salários até R$ 4.340.

Acima disso, a isenção seria parcial e limitada a R$ 214 ao ano. No entanto, a proposta feita ao PSDB não previa a redução da alíquota da CPMF já a partir de 2008.

Fonte: Folha Uol
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u345283.shtml

Veja como votaram os senadores da CCJ sobre a prorrogação da CPMF

13/11/2007 - 21h56

da Folha Online

A base governista conseguiu hoje aprovar na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado a prorrogação da cobrança da CPMF até 2011. Veja abaixo como votaram os senadores que integram a comissão:

A favor da prorrogação da CPMF

  1. Almeida Lima (PMDB-SE)
  2. Aloizio Mercadante (PT-SP)
  3. Antônio Carlos Valadares (PSB-SE)
  4. Eduardo Suplicy (PT-SP)
  5. Epitácio Cafeteira (PTB-MA)
  6. Ideli Salvatti (PT-SC)
  7. Romero Jucá (PMDB-RR)
  8. Serys Slhessarenko (PT-MT)
  9. Sibá Machado (PT-AC)
  10. Valdir Raupp (PMDB-RO)
  11. Valter Pereira (PMDB-MS)
  12. Wellington Salgado (PMDB-MG)

Contra a prorrogação da CPMF

  1. Adelmir Santana (DEM-DF)
  2. Álvaro Dias (PSDB-PR)
  3. Antonio Carlos Júnior (DEM-BA)
  4. Arthur Virgílio (PSDB-AM)
  5. Demóstenes Torres (DEM-GO)
  6. Kátia Abreu (DEM-TO)
  7. Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE)
  8. Lúcia Vânia (PSDB-GO)
  9. Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Abstenção

  1. Jefferson Péres (PDT-AM)
Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u345314.shtml

CCJ do Senado rejeita adiamento da votação da CPMF

13/11/2007 - 21h08

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado rejeitou na noite desta terça-feira o adiamento da votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. O adiamento foi solicitado pelo senador Marconi Perilo (PSDB-GO). Foram 12 votos contra e oito a favor do adiamento.

O pedido foi mais uma manobra da oposição para tentar postergar a votação da proposta na CCJ. Com a rejeição do adiamento, os senadores votam a proposta ainda hoje.

A discussão da CPMF na CCJ começou por volta das 15h40 de hoje. A sessão começou com a leitura do relatório paralelo feito pelo líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR).

Em seu texto, Jucá afirma que a prorrogação da CPMF é fundamental ao país por aspectos fiscais e orçamentários.

"A necessidade de prorrogação da CPMF, para não comprometer os gastos sociais e os investimentos, fica evidente em uma breve análise dos números da proposta orçamentária para 2008. A receita dessa contribuição, prevista em R$ 40 bilhões, tem sua destinação prevista para a área social", argumenta Jucá no texto.

A estratégia do governo é aprovar o relatório de Jucá e rejeitar o elaborado pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) --que sugere o fim da cobrança. Se o relatório dela for rejeitado, Jucá assume a relatoria da matéria e deve acelerar a tramitação da proposta.

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u345431.shtml

Planalto ganha de 13 a 9 na 1ª batalha sobre a CPMF (Blog do Josias)

13/11/2007 - 03h39

da Folha Online

As próprias lideranças da oposição já reconhecem a provável vitória do governo no confronto inaugural da guerra da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), marcado para as 16h desta terça-feira (13), na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, informa o Blog do Josias.

Os integrantes da CCJ do Senado pediram vista coletiva nesta segunda-feira (12) ao relatório da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) que defende a extinção da CPMF. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou voto em separado à matéria com o pedido para que a CPMF seja prorrogada até 2011.

O presidente da CCJ, senador Marco Maciel (DEM-PE), acatou o pedido de vista por 24 horas --o que adia a votação do texto para esta terça-feira.

Prevendo uma derrota, o DEM --incentivado pelo novo fôlego oposicionista do PSDB--, prepara-se para a segunda batalha, no plenário do Senado. Leia mais sobre o assunto no Blog do Josias.

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u345121.shtml

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Pedido de vista adia votação de relatório sobre CPMF para amanhã na CCJ

12/11/2007 - 16h35

GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília

Os integrantes da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado pediram vista coletiva esta tarde ao relatório da senadora Kátia Abreu (DEM-TO) que defende a extinção da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) até 2011. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), apresentou voto em separado à matéria com o pedido para que a CPMF seja prorrogada até 2011.

"Esperei até o último momento para que a senadora Kátia Abreu pudesse apresentar o seu relatório favorável à CPMF. Como isso não ocorreu, apresentei à Mesa voto em separado para que possa ser, também, no mesmo momento, apreciado com o pedido de prorrogação da contribuição", afirmou o líder.

Alan Marques/Folha Imagem
Na CCJ, Katia Abreu recomenda redução de gastos para substituir fim da CPMF
Na CCJ, Katia Abreu recomenda redução de gastos para substituir fim da CPMF

O presidente da CCJ, senador Marco Maciel (DEM-PE), acatou o pedido de vista por 24 horas --o que adia a votação do texto para esta terça-feira. Se o texto de Kátia Abreu for rejeitado pela CCJ, o voto em separado de Jucá será automaticamente aprovado pela comissão e seguirá para votação no plenário do Senado.

Se receber emendas no plenário, o texto voltará para nova análise da CCJ --que terá 30 dias para analisar as emendas

Voto em separado

Em seu texto, Jucá afirma que a prorrogação da CPMF é fundamental ao país por aspectos fiscais e orçamentários.

"A necessidade de prorrogação da CPMF, para não comprometer os gastos sociais e os investimentos, fica evidente em uma breve análise dos números da proposta orçamentária para 2008. A receita dessa contribuição, prevista em R$ 40 bilhões, tem sua destinação prevista para a área social", argumenta Jucá no texto.

O relatório do governista aponta o contrário do que argumenta Kátia Abreu: que o fim da CPMF vai trazer prejuízos à manutenção de programas sociais como o Bolsa Família.

Segundo Jucá, além do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza, a CPMF é essencial para garantir 0,20% de seus recursos ao Fundo nacional da Saúde, além de 0,10% para o custeio da previdência social.

Jucá também rebate em seu as texto sugestões apresentadas por Kátia Abreu para que a CPMF seja extinta. Segundo o senador, o governo federal não tem condições de reduzir o superávit primário nem reduzir investimentos e despesas discricionárias passíveis de contingenciamento.

"As duas alternativas são indesejáveis. Reduzir os investimentos públicos também seria extremamente negativo dada a necessidade de melhorar a infra-estrutura para viabilizar o crescimento da economia", diz Jucá no texto.

O líder defende que o Senado acate de forma integral a PEC aprovada na Câmara que prorroga a CPMF, com a rejeição do texto apresentado por Kátia Abreu. Os governistas não querem mudanças no texto aprovado pelos deputados porque, se sofrer modificações, terá que retornar à Câmara para nova votação.






http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u344991.shtml

sábado, 10 de novembro de 2007

Lula admite falha em negociação com PSDB sobre CPMF, mas acredita em prorrogação

10/11/2007 - 17h45

Da Folha Online

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu hoje que houve falhas na negociação entre o governo e a cúpula do PSDB sobre o apoio do partido à PEC (proposta de emenda constitucional) que prorroga a cobrança da CPMF até 2011. Os primeiros termos do acordo vazaram para a imprensa antes da cúpula do PSDB ser informada sobre o que seria oferecido pelo governo.

"O bom acordo é aquele que você faz em silêncio e depois você anuncia o resultado dele, da forma, eu diria, consagradora", disse Lula após sessão Plenária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo Ibero-Americanos, em Santiago, no Chile.

Lula afirmou que a relação entre o governo e o PSDB não é fácil e, muitas vezes, se dá pela imprensa. "Eu nunca acreditei em qualquer acordo que você faça pela imprensa. Desde os anos de 1975, quando eu negociava com o presidente do sindicato, se uma notícia saísse antes de você fazer a negociação, a negociação estaria atrapalhada. Por quê? Porque isso cria ciumeiras internas, porque isso cria debates desnecessários."

Os líderes do governo na Câmara e no Senado --José Múcio (PTB-PE) e Romero Jucá (PMDB-RR)-- deram entrevistas contando detalhes da proposta do governo antes de conversarem com a cúpula do PSDB. Os tucanos não gostaram do vazamento e acabaram rejeitando a proposta do governo,

Apesar de admitir as falhas da negociação, Lula afirmou que acredita que o governo conseguirá aprovar a PEC da CPMF no Senado, onde precisa de 49 votos favoráveis, no mínimo. "Nós temos maioria para votar a CPMF", disse o presidente.

O presidente afirmou ainda acreditar na possibilidade de voltar a negociar com o PSDB. "Eu ainda acredito nas conversações com o PSDB. Nós temos algum tempo ainda, de forma que eu estou tranqüilo com a votação da CPMF. Estou tranqüilo, até porque eu, como democrata, aprendi que a gente, quando manda uma coisa para o Congresso Nacional, a gente ganha ou a gente perde."

Fonte: Folha Uol

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u344544.shtml

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

CPMF permite um controle maior no que se refere à incidência do Imposto de Renda sobre as operações de capital (Pedro do Couto)



Pedro do Couto, em sua coluna, na Tribuna da Imprensa:

CPMF pouco tem a ver com salário

O ministro Guido Mantega propôs à oposição um acordo em torno da CPMF que inclui uma redução no Imposto de Renda para os assalariados que ganham até 4 mil e 300 reais por mês. Poderiam deduzir 214 reais na declaração do IR de 2008 que apresentariam em 2009. E, para os que ganham até 1.716 reais, estes teriam direito a pagar menos 0,38 por cento do que descontam hoje para o INSS. Nenhuma das duas alternativas faz sentido.

A CPMF é um imposto que incide sobre o capital, movimentação financeira, não especificamente em cima do salário. A idéia está desfocada. Criaria um esquema burocrático complicado sem efeito prático algum. Veja-se o seguinte: se com uma alíquota de 0,38 por cento sobre a circulação de cheques a CPMF produz, este ano, 36 bilhões de reais é porque a movimentação financeira anual, agora, em 2007, alcança algo em torno de 1 trilhão e 200 bilhões.

É só projetar o percentual à base de 1 por cento e, em seguida, dividir por 3,3. Os vencimentos do trabalho entram na movimentação financeira, mas com um peso muito menor do que o capital. Tanto é assim que, do Produto Interno Bruto de quase 2 trilhões, os salários pesam 600 bilhões de reais.

A solução não é por aí. Permitir um desconto anual teórico de 214 reais não representa nada. Jogo para arquibancada e nada mais. Desonerar 0,38 por cento na contribuição para o INSS, isso é um desastre. Criaria um desequilíbrio muito grande. Prejudicaria as aposentadorias e pensões sem resolver nada. Como o orçamento da Previdência Social, neste exercício, é de 189 bilhões, o percentual a ser abatido corresponderia aproximadamente a 600 milhões de reais. Mas a questão não acaba aí.

A receita do INSS é proporcionada pela contribuição dos empregadores e empregados. Os empregadores entram com 22 por cento sobre a folha de salários, sem limite. Os empregados descontam, em média, 10 por cento, mas até o teto correspondente a dez salários mínimos. O que dá o máximo mensal de 380 reais. Os empresários, de fato, são os que sustentam o sistema previdenciário, como se vê. Não há limite para o seu desconto. Têm o direito, aliás como os empregados, de deduzir o montante recolhido do Imposto de Renda. Mas esta é outra coisa.

Pela proposta do titular da Fazenda os empregadores poderiam reduzir também o que pagam ao INSS? Não está clara a colocação do tema, como se vê. Mas, mesmo que estivesse, não adiantaria nada. Guido Mantega está misturando encargos do capital com os que têm que ser suportados pelo trabalho. Nada a ver. Além do mais, o que são 214 reais por ano de dedução? Praticamente nada. A CPMF dificilmente - é verdade - pode ser substituída. Nem tanto em função da receita direta que proporciona. Basta ver que a receita tributária estimada para 2007 é de 658,7 bilhões de reais, enquanto o produto da CPMF está contido na escala de 36 bilhões. Mas sim porque o imposto sobre o cheque - aí sim - bloqueia uma série de hipóteses de sonegação. O controle da Fazenda sobre os rendimentos (do capital) passa a ser muito maior.

O controle sobre os salários já é total. Pois o desconto começa na fonte e termina na declaração anual de ajuste. Descontados na fonte, os assalariados não têm como escapar. Da mesma forma quando declaram anualmente. Pois se as empresas são obrigadas a efetuar os recolhimentos, o deles e de seus empregados, a fiscalização automaticamente torna-se absoluta.

Mesmo assim, no entanto, há empresas que fogem dos recolhimentos mensais. E não apenas os clubes esportivos. Se fossem apenas estes os sonegadores, a receita do INSS seria muito maior do que é. Basta lembrar, como publicou o Tribunal de Contas da União, com base em relatório primoroso do ministro Ubiratan Aguiar, que as dívidas de empresas para com a Previdência Social atingiram no final de 2006 o incrível montante de 144 bilhões de reais.

Cresceram 12 por cento em relação ao endividamento que possuíam em dezembro de 2005. No mesmo período de doze meses, enquanto o estoque da dívida subia 12 por cento, o resultado concreto das cobranças judiciais produzia um efeito de somente 0,5 por cento. Houve assim um aumento de 11,5 por cento na massa acumulada.

Como a inflação em 2006 foi de 3 por cento, verificou-se uma elevação real da ordem de 8,5 por cento. Muita coisa. Sobretudo porque tal processo parece não ter fim. Há alguns anos, o relator das contas previdenciárias foi o ministro Marcos Vilaça. Detectou um total de dívidas da ordem de 92 bilhões de reais, lembro bem. Num espaço de cinco anos, mais ou menos, os não pagamentos estocados na conta da Previdência subiram nada menos que 50 por cento. Por que o ministro Guido Mantega não se preocupa com tal fenômeno?

As dívidas de emresas para com o INSS são praticamente 4 vezes maiores do que a receita anual proporcionada pela CPMF. A Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira permite um controle maior no que se refere à incidência do Imposto de Renda sobre as operações de capital. Muito pouco quanto aos salários. Por que, então, esta conversa de conceder isenções mínimas aos assalariados para aprovar a prorrogação da CPMF? A Fazenda agiria melhor indo direto ao assunto. Uma questão de lógica e, sobretudo, de transparência.

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/pedro.asp

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Bancada tucana no Senado votará contra CPMF

Márcia Kalume
Senadores tucanos em reunião com Jereissati

BRASÍLIA - Ao final de duas semanas de negociação com o governo para prorrogar a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), o PSDB rejeitou ontem a proposta feita pelo Ministério da Fazenda e considerou encerradas as conversações. Insatisfeita com a proposta da equipe econômica de isentar da CPMF trabalhadores assalariados que recebem até R$ 4.340 mensais, a bancada tucana no Senado decidiu, por 9 votos contrários e apenas 4 favoráveis ao governo, votar contra a prorrogação da CPMF até 2011.

Só a Executiva Nacional do partido tem o poder de fechar questão e obrigar a bancada a seguir a orientação partidária, mas os principais líderes tucanos saíram da reunião afirmando que todos os senadores haviam concordado em fechar posição contra a CPMF.

O presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati (CE), foi o único que ponderou sobre o "risco" de se tirar R$ 40 bilhões do governo Lula de uma só vez, recusando a CPMF. Tasso ainda tentou reabrir as negociações, dizendo que o partido poderia avaliar uma proposta do governo que desonerasse a carga tributária em cerca de R$ 10 bilhões.

A maioria da bancada tucana recusou a idéia. O senador Sérgio Guerra (PE), que deverá substituir Jereissati no comando do PSDB a partir da convenção nacional, marcada para o dia 23, também defendeu a continuidade da negociação, mas usou outro argumento.

Disse que era contra a CPMF, mas que os governadores deveriam ser ouvidos antes da bancada tomar sua decisão. A tese de esticar a conversa com o governo teve, ainda, o apoio da senadora Lúcia Vânia (GO) e do senador Eduardo Azeredo (MG).

Reação

Informado da decisão, o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO), tentou minimizar o peso político dos tucanos, considerados fundamentais ao sucesso da ofensiva do Planalto para obter o voto de pelo menos 49 dos 81 senadores em favor da CPMF.

"Dá para trabalhar sem o PSDB. Nós temos número", minimizou. Não é o que avalia a oposição. O líder do Democratas, senador José Agripino (RN), aposta que, agora, será possível aprovar, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o relatório da senadora Kátia Abreu (DEM-TO), rejeitando a CPMF.

Nesse caso, restará ao governo a alternativa de apresentar nova proposta de negociação. "Não tenho dúvidas de que haverá uma alternativa deles em plenário", afirmou Agripino. De qualquer forma, não será tarefa fácil reunir 49 senadores para prorrogar a contribuição.

Pela contabilidade da oposição, os 27 senadores do PSDB e do Democratas somados aos votos dos dissidentes da base governista, a maioria do PMDB, passam a ser o fiel da balança para decidir o destino da CPMF.

Os números da oposição revelam que os rebeldes somam, hoje, pelo menos 32 votos, mesmo que os cinco senadores do PDT dêem seus votos em favor da prorrogação, o que as cúpulas dos tucanos e do Democrata consideram pouco provável. Nessa conta, estão três rebeldes do PMDB - Mão Santa (PI), Geraldo Mesquita (AC) e Pedro Simon (RS), além do petebista Mozarildo Cavalcanti (RR) e do senador Expedito Júnior (PR-RO).

Argumentos

"O PSDB considerou a proposta muito aquém do que seria relevante. Por isso, a bancada nem quis aprofundar a análise do que foi proposto", explicou Tasso Jereissati. Anfitrião do almoço em que os tucanos tiraram posição contra a CPMF, Tasso disse que, "em relação à proposta feita, a posição do partido é irreversível", mas deixou aberta a possibilidade de o partido seguir negociando com o governo.

Foi quando Sérgio Guerra interveio, para corrigi-lo. "A negociação acabou. A proposta não foi aceita e a bancada disse que a conversa está encerrada. Agora, o governo vai cuidar da vida dele e nossos governadores também", esclareceu Guerra.

"A decisão foi terminativa. A bancada não autoriza mais negociação", concordou o senador Álvaro Dias (PR). Ao final, Tasso avaliou que é "muito difícil o PSDB mudar de opinião", uma vez que "a proposta do governo foi totalmente insatisfatória".

"Recuo não se cogita porque seria a desmoralização do PSDB", avaliou Álvaro Dias mais tarde, convencido de que o momento é adequado para se rever uma imposto que é provisório. "Hoje, o excesso de arrecadação permite ao governo chegar ao equilíbrio orçamentário sem a CPMF, reduzindo gastos", justificou Dias, frisando que o voto contra a contribuição é o caminho correto, "porque o provisório, em matéria tributária, desorganiza o País".

Ele ponderou, ainda, que a médio prazo a desoneração resulta em crescimento econômico, o que é um argumento que vem a favor dos presidenciáveis do partido. Àquela altura, os governadores tucanos de Minas Gerais, Aécio Neves, e de São Paulo, José Serra, já haviam sido comunicados da decisão.

O líder Arthur Virgílio (AM), que na reunião colocara o ponto de vista dos governadores favoráveis à negociação e ao final votara contra o prosseguimento da conversa, foi encarregado de telefonar para Aécio. O governador mineiro aceitou a decisão, mas ponderou que, a seu ver, o partido deveria continuar conversando com o governo.

"Os governadores até fizeram empenho para que o partido fechasse um acordo, mas a proposta do governo não satisfez", explicou Álvaro Dias. Como não foi localizado no início da tarde por Tasso, o governador José Serra só foi oficialmente comunicado da decisão às 16h40, em telefonema de Sérgio Guerra.

"E o que eu faço agora?", perguntou Serra, preocupado com o encaminhamento dos interesses da administração paulista junto ao governo federal, o que inclui o aval de um empréstimo externo de R$ 4 bilhões. "Não faça nada", encerrou Guerra.

Fonte: Tribuna da Imprensa

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica06

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Ministro Paulo Bernardo defende que CPMF seja permanente


Agência Senado
Ministro Paulo Bernardo disse que tributo é eficiente na
arrecadação e no combate à sonegação


BRASÍLIA - A área econômica do governo defendeu ontem a transformação em imposto permanente da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Em meio às negociações do governo para obter do Senado a prorrogação do imposto do cheque por mais quatro anos, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, defendeu, em audiência pública no Congresso, a transformação do tributo de provisório em permanente.

Para ele, isso deveria ser feito no âmbito da reforma tributária, que ainda será encaminhada pelo governo ao Congresso. "Eu defendo que ela seja permanente, com redução de alíquotas", afirmou. Bernardo disse que a permanência do tributo é importante para o combate à sonegação, por meio da fiscalização, mas também para gerar "alguma arrecadação".

Sem ser tão enfático sobre a perpetuação da CPMF, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse não ver possibilidades da CPMF ser extinta em quatro anos. A afirmação foi feita em resposta a questionamento do senador Valter Pereira (PMDB-MS), defensor de uma redução de alíquotas nos próximo quatro anos até a eliminação do tributo.

"Não vejo possibilidade de extinção desse tributo em quatro anos. O que podemos é vislumbrar desoneração ao longo dos anos", disse o ministro, destacando os estudos do governo para diminuir o peso da CPMF para as pessoas físicas.

Mantega reconheceu que a carga tributária é elevada, mas afirmou que a questão é sobre como devem ser feitas as desonerações. Seguindo a linha de apontar o suposto desastre que seria a eliminação do tributo, Mantega destacou que a simples extinção da CPMF teria conseqüências muito sérias, levando a cortes drásticos nos investimentos e prejudicando o equilíbrio fiscal.

"O equilíbrio fiscal é importante, em especial em tempos de turbulência", disse Mantega, mencionando a crise no mercado internacional ocorrida nos últimos meses. Como fez o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nesta semana, ele afirmou que a taxa de juros pode subir se a prorrogação da CPMF não for aprovada pelo Senado, pois representaria uma ameaça para a estabilidade fiscal do País.

"Se tirar a CPMF haverá, sim, conseqüências. A taxa de juros poderá ser elevada porque ameaçaria esse equilíbrio fiscal que nós alcançamos", afirmou Mantega. O ministro rebateu a tese de que a alta da arrecadação permitiria que o governo abrisse mão da CPMF.

Segundo ele, do crescimento previsto nas receitas para o ano que vem da ordem de R$ 73,5 bilhões, apenas R$ 9,8 bilhões estão disponíveis para despesas não obrigatórias do governo. "O orçamento é muito vinculado. É um equívoco dizer que, mesmo acabando com a CPMF, ainda sobraria dinheiro", afirmou.

Paulo Bernardo, que disse ter votado contra a criação da CPMF, destacou que se a decisão do Congresso for pelo fim do tributo, será preciso encontrar outras receitas para custear as despesas que hoje são pagas com a arrecadação do imposto do cheque.

Em resposta ao senador José Agripino Maia (DEM-RN), Bernardo disse que o Brasil não quebraria sem o tributo, mas poderia entrar numa crise e desfazer todos os avanços obtidos nos últimos anos. Na mesma audiência pública, realizada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Mantega, anunciou mais um adiamento da entrega do projeto de reforma tributária, que no discurso é prioridade do governo.

Segundo ele, o projeto será apresentado em 30 dias. No início do ano, o governo disse que o projeto de reforma tributária estaria pronto em agosto, mas desde então vem, sucessivamente, prorrogando o prazo.

Fonte: Tribuna da Imprensa Online

http://www.tribuna.inf.br/noticia.asp?noticia=politica01

quinta-feira, 1 de novembro de 2007