Medo e ganância dos investidores unem-se para testar resistência do euro
A Zona Euro está a caminhar para o teste mais difícil desde a sua criação, com a crise da dívida soberana a chegar em força à terceira e quarta maior economia do euro, a Espanha e a Itália.
Esta semana, os juros das dívidas dos países resgatados no mercado secundário voltaram a aumentar, o mesmo acontecendo com os juros da dívida da Itália e de Espanha, as terceira e quarta maiores economias da moeda única.
O primeiro-ministro espanhol, Jose Luiz Rodrigues Zapatero, foi forçado a interromper as férias e convocar uma reunião de emergência com membros do seu Governo, enquanto que o seu homólogo italiano, Sílvio Berlusconi, anunciou ainda em julho um programa de 7,4 mil milhões de euros para relançar a economia e várias reuniões com as instâncias nacionais.
Na quarta-feira, Berlusconi discursou no parlamento italiano onde associou a crise italiana à especulação e afirmou que a Itália "não merecia ser punida nos mercados".
No mesmo dia, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, considerou que a pressão dos mercados sobre a dívida espanhola e italiana era claramente "injustificada", mas reconheceu ser um "motivo de profunda preocupação", lançando um apelo aos Estados-membros para que implementassem, o quanto antes, as decisões tomadas no Conselho Europeu de 21 de julho.
Um dia depois, Durão Barroso enviou uma carta aos líderes europeus pedindo "uma rápida reavaliação de todos os elementos relacionados com" o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), no sentido de impedir o contágio da crise a Espanha e Itália, o que mereceu fortes críticas do governo alemão.
"É difícil entender" de que forma é que a reabertura do debate sobre a crise das dívidas soberanas, apenas duas semanas depois da cimeira da zona euro em que foram tomadas várias medidas, pode contribuir para apaziguar as turbulências nos mercados financeiros, respondeu o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schuble.
No mesmo dia em que Barroso pedia publicamente mais rapidez aos governos europeus, o presidente do Banco Central Europeu resolvia manter a taxa diretora em 1,5 por cento, anunciava que iria comprar mais títulos de dívida pública e, de acordo com a interpretação dos analistas, confirmava assim o grau de preocupação com a nova fase da crise da dívida soberana europeia.
Os próprios responsáveis europeus, citados pela Bloomberg, reconhecem que "o problema" reside no facto de os líderes europeus não terem conseguido, na cimeira de julho, "travar o contágio que está a pressionar a Itália e a Espanha".
Dizem mesmo que "há dois tipos de atores no mercado, uns que se movem por medo e outros pela ganância. Neste momento, caminham todos na mesma direção".
Este tipo de atuação levou o banco de investimento JPMorgan, citado pelo New Yok Times, a lançar um aviso aos seus clientes: Espanha e Itália "ficarão sem dinheiro já em setembro e fevereiro, respetivamente, caso percam o acesso ao financiamento nos mercados".
Lusa
O primeiro-ministro espanhol, Jose Luiz Rodrigues Zapatero, foi forçado a interromper as férias e convocar uma reunião de emergência com membros do seu Governo, enquanto que o seu homólogo italiano, Sílvio Berlusconi, anunciou ainda em julho um programa de 7,4 mil milhões de euros para relançar a economia e várias reuniões com as instâncias nacionais.
Na quarta-feira, Berlusconi discursou no parlamento italiano onde associou a crise italiana à especulação e afirmou que a Itália "não merecia ser punida nos mercados".
No mesmo dia, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, considerou que a pressão dos mercados sobre a dívida espanhola e italiana era claramente "injustificada", mas reconheceu ser um "motivo de profunda preocupação", lançando um apelo aos Estados-membros para que implementassem, o quanto antes, as decisões tomadas no Conselho Europeu de 21 de julho.
Um dia depois, Durão Barroso enviou uma carta aos líderes europeus pedindo "uma rápida reavaliação de todos os elementos relacionados com" o Fundo Europeu de Estabilização Financeira (FEEF), no sentido de impedir o contágio da crise a Espanha e Itália, o que mereceu fortes críticas do governo alemão.
"É difícil entender" de que forma é que a reabertura do debate sobre a crise das dívidas soberanas, apenas duas semanas depois da cimeira da zona euro em que foram tomadas várias medidas, pode contribuir para apaziguar as turbulências nos mercados financeiros, respondeu o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schuble.
No mesmo dia em que Barroso pedia publicamente mais rapidez aos governos europeus, o presidente do Banco Central Europeu resolvia manter a taxa diretora em 1,5 por cento, anunciava que iria comprar mais títulos de dívida pública e, de acordo com a interpretação dos analistas, confirmava assim o grau de preocupação com a nova fase da crise da dívida soberana europeia.
Os próprios responsáveis europeus, citados pela Bloomberg, reconhecem que "o problema" reside no facto de os líderes europeus não terem conseguido, na cimeira de julho, "travar o contágio que está a pressionar a Itália e a Espanha".
Dizem mesmo que "há dois tipos de atores no mercado, uns que se movem por medo e outros pela ganância. Neste momento, caminham todos na mesma direção".
Este tipo de atuação levou o banco de investimento JPMorgan, citado pelo New Yok Times, a lançar um aviso aos seus clientes: Espanha e Itália "ficarão sem dinheiro já em setembro e fevereiro, respetivamente, caso percam o acesso ao financiamento nos mercados".
Lusa
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