quinta-feira, 21 de abril de 2011

Explicação da "lambança" americana (por Rui Nogueira)

Recebi uma mensagem do Eduardo Chuai muito interessante sobre o assunto do momento - a crise americana, ao qual, acrescento observações e dados do professor Armindo Abreu.
A Explicação para a... "lambança" americana, em língua "brasileira".
"É assim:
O seu Zé tem um bar, na Vila Carrapato, e decide que vai vender cachaça "fiado" aos seus leais fregueses, todos bêbados e quase todos desempregados.
Porque decide vender a crédito (fiado), ele pode aumentar um pouco o preço da dose da "branquinha" (a diferença é o sobre preço que os pinguços pagam
pelo crédito).
O gerente do banco do seu Zé, um ousado administrador formado em curso da Emebiêi, decide que as cadernetas das dívidas do bar constituem, afinal, um ativo recebível, e começa a adiantar dinheiro ao estabelecimento tendo o "pendura" dos pinguços como garantia.
Uns seis executivos de bancos, mais adiante, lastreiam os tais recebíveis do banco e os transformam em CDB, CDI, CDO, CCD, UTI, OVNI, SOS ou qualquer outro acrônimo financeiro que ninguém sabe exatamente o que quer dizer.
Esses adicionais instrumentos financeiros, alavancam o mercado de capitais e conduzem que se façam operações estruturadas de derivativos, na BM&F, cujo lastro inicial todo mundo desconhece (as tais cadernetas do seu Zé). Esses derivativos estão sendo negociados como se fossem títulos sérios, com fortes garantias reais, nos mercados de 73 países.
Até que alguém descobre que os beberrões da Vila Carrapato não têm dinheiro para pagar as contas e o Bar do seu Zé vai à falência.
E toda a cadeia se desmorona. Deu para entender?"
Agora, algumas observações.
Na situação da moeda americana, sem a senhoriagem (direito milenar dos senhores e governantes cunharem a sua moeda), pois, são os bancos particulares (12) que controlam o Banco Central Americano, que emitirão a moeda e ela será entregue ao Governo. (livro Poder Secreto- Prof. Armindo Abreu).
Lógico, de antemão haverá a apropriação, pelos interesses particulares, dos valores referentes à diferença entre o custo de produção das notas de papel pintado (dinheiro) e o valor de face que será entregue, além dos juros cobrados pelo dinheiro fornecido (se tenho dinheiro vindo do nada, empresto a juros), (versão banqueira do "se dar bem").
E pasmem! Para onde vai ser destinado o dinheiro? – Para a rede bancária!
Que rodada rendosa! É justo?
A população que adquiriu os financiamentos não vai, ao que tudo indica, receber nada. Ficará no limbo da miséria sem culpa, vitimados pela trágica
ambição do sistema financeiro. É justo?
Por que os bancos estão quebrando?
Não têm dinheiro para pagar e honrar os títulos e alegam que isto é fruto da inadimplência dos tomadores iniciais de empréstimos imobiliários.
Mentira!
Há estudos que indicam um dólar a partir da mão do consumidor de empréstimos, é capaz de gerar com as operações em cascatas, em vários países, sessenta (60) dólares nas mãos dos banqueiros! Créditos virtuais!
O consumidor está envolvido com a construção de habitações, sua moradia, gera empregos e melhoria das condições de vida. O banqueiro apenas manipula
ordens virtuais de pagamentos que geram muito pouco emprego e criam uma riqueza fictícia.
Será possível enrijecer a gigantesca bolha de sabão?
Inventaram dinheiro do nada...
Só podem merecer o nada!!!
Rui Nogueira
Médico, Pesquisador e Escritor
rui.sol@ambr.com.br
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